“Comédia descompromissada faz valer o valor do ingresso”
Por Luís Gustavo Fonseca
A decisão de ir assistir Vizinhos (Neighbors) não foi espontânea. Não havia visto nenhum trailer do filme, que estreou no Brasil na última quinta (19), mas o seu desempenho nas bilheterias americanas me chamou a atenção: até o momento, faturou 145 milhões de dólares na terra do Obama, tendo o custo de apenas 18 milhões.
Se por um lado, a presença de Zac Efron me incomodava (tenho um preconceito pelo rótulo de garanhão de colégio cunhado em High School Music), a participação de Seth Rogen era de empolgar, já que o comediante (que confesso, pouco do trabalho conheço) foi responsável por dirigir e roteirizar uma das melhores comédias de 2013, This is the End.
A premissa que une os dois atores não poderia ser da mais simplória: Mac (Rogen) e Rose (Kelly Radner) se esforçam para se tornarem pais descolados, agora que possuem a pequena Stella. Enquanto eles tentam se adaptar para esta nova realidade, a pior coisa que poderia acontecer para quem tem bebês acontece: uma república, liderada por Teddy (Efron), se muda para a casa ao lado. E aí começa a clássica guerra entre vizinhos.
Se o maior mérito do diretor Nicholas Stoller (Ressaca de Amor) é não atrapalhar o desenvolvimento da obra, o roteiro assinado por Brendan O’Brien e Andrew J. Cohen merece destaque pelo falto de compromisso com a obra. O modelo é capaz de desagradar alguns, que podem querer um pouco mais de seriedade do filme, ou não querem um filme que faz a piada simplesmente por causa dela. Porém, os diálogos do filme são recheados de referências (que vão de Game of Thrones e Breaking Bad até filmes estrelados por Robert DeNiro) e as situações exóticas (porém sem muitos exageros) fazem com que haja fluidez em todo longa, sem se transformar em um pastelão americano, entretendo com facilidade o espectador.
O maior trunfo do filme está em suas atuações. Zac Efron, a princípio uma preocupação, se sai muito bem ao aproveitar do seu próprio estereótipo de garanhão. Seth Rogen, novamente, conquista o público com seu carisma e talento, ganhando cada vez mais pontos comigo. O elenco de apoio também colabora com o filme: bons momentos de Kelly Radner; o broomance engraçado de Efron com Pete, vivido por Dave Franco (sim, irmão de James Franco); e o estranho casal recém separado formado por Carla Gallo e Ike Brainholtz.
Por fim, a comédia se torna uma bela opção para quem procura um bom entretenimento e diversão de qualidade. Mesmo não sendo impecável, a obra compensa o valor do ingresso e, inegavelmente, arranca risadas do público.
Nota: 7,5/ 10.
Bem diferente do que eu achei que seria. Mais apelativo sei lá, é bem besteirol mesmo.No final acaba rendendo algumas risadas.
Not safe for work